Tópicos sobre o
surgimento da antropologia cientifica
“Os antropólogos
evolucionistas tratam de explicar os processos e mecanismos através dos quais
se desenvolveram a espécie humana e a sua cultura”
Um dos mais importantes é Lamarck (1744-1829). Segundo ele,
a evolução envolve um processo universal, o qual se dá de uma forma irregular,
pois depende das circunstancias de diferentes formas. Todavia, na organização
animal também ocorrem degradação e simplificação. Estas não agem diretamente
sobre as organizações e sim sobre os hábitos que correspondem na forma de vida
e adequação diante das necessidades à sobrevivência. Ou seja, as necessidades
de adaptação fizeram com que alguns órgãos do corpo, se adaptassem a uma nova
necessidade ou entrassem em desuso. O isolamento em determinadas regiões do
planeta por milhões de anos fez com que houvesse mudanças nas características
físicas da espécie humana; cor da pele, cabelos, lábios, olhos, nariz etc.
Lamarck cita três as causas das modificações:
A influência do meio ambiente;
O cruzamento das formas de vida existentes;
O uso ou desuso.
De acordo com o livro, a teoria de Lamarck se assemelha a da
evolução das espécies de Charles Darwin (1809-1882). Segundo a teoria da
evolução, os hominineos em determinado momento andavam de forma nodopedálica, e
a competição fez com que os mais adaptáveis, conseguissem reagir melhor às
necessidades causadas pela mudança no ambiente, dando continuidade a sua
espécie. Desenvolvendo a bipedália houve a liberação das mãos, contribuindo
para o arremesso de pedras e lanças e o consumo de carniça - rica em proteínas –
fez com que aumentassem o cérebro, pois o mesmo necessita de muita energia. O
consumo de frutos não era suficiente, todavia, se fazia necessário um grande
consumo, enquanto que a proteína animal satisfazia com uma menor quantidade.
Tudo isso foi fundamental para a sua sobrevivência. Trata-se da seleção natural
de Darwin, que pode comparada as leis newtonianas, dada a sua importância para
as ciências. Para provar a sua teoria da evolução Darwin faz uma analise das
formas embrionárias dos mamíferos, demonstrando que o homem é como os demais
animais vertebrados.
Charles Darwin classifica de modo que a na espécie humana:
Acha-se construída segundo o mesmo modelo
geral;
Passam pelo mesmo desenvolvimento embrionário;
Conservam certos rudimentos comuns.
Essas semelhanças segundo ele, só pode vir justamente de um
progenitor comum. Um ancestral no qual adviria todo o nosso parentesco.
Existindo uma escala, na qual nos distanciamos dos grupos de animais
considerados inferiores e nos aproximando dos primatas, o qual seria o grupo de
maior afinidade. Os evolucionistas acreditam que a África é o continente donde
se originou toda a humanidade, dada a distribuição geográfica da espécie humana
e os vestígios encontrados pelos palentotólogos, antropólogos etc. Darwin faz
uma comparação entre o homem e o animal que possa parecer mais evoluído, e
enfatiza a capacidade humana. O homem
cria signos, transmite conhecimento, cultura, sentimento, arte etc. A
capacidade de pensar e falar, procurar
os significados das coisas, pensar em um criador levou o homem de uma linguagem
inarticulada para uma mais articulada. O
pensamento em um ser divino, criador, um ser mais elevado leva o homem de uma
conduta instintiva a uma conduta moral. Para Darwin foi fundamental para o processo
de convivência e sobrevivência dos grupos, todavia, primitivos e baseados em
laços de parentesco.
Um dos pensadores mais significativos é Herbert Spencer
(1820-1903), sua teoria de competição entre as sociedades, está de acordo com o
pensamento de seleção natural de Darwin. Ele
acredita que as sociedades funcionam como um organismo biológico, este pensador
tem uma teoria funcionalista, tal que, todos os órgãos de um corpo biológico precisam
uns dos outros. Lembra a solidariedade social orgânica de Durkheim, com a divisão
do trabalho social, a interdependência que contribui para o desenvolvimento da
sociedade. O autor do livro ainda cita a importância da adaptação ao meio
ambiente como idéias chaves para o pensamento antropológico.
As fontes
O positivismo de Comte contribui para o pensamento
positivista antropológico, todavia, estava sobe a contribuição da perspectiva
iluminista do sec. XIX e religião não explicava mais as coisas. Um comentário de C. Lévi Strauss é
importante: fala sobre Pascal e a teoria da humanidade ser igual a um ser vivo,
e passar pelos três estágios de vida que são: “infância, adolescência e idade
madura”. Para Comte, existiria três estados no qual passariam toda a humanidade:
“Teológico, Metafísico e Positivo”. No qual, o ultimo seria o estado fundamental
em relação ao conhecimento verdadeiro das coisas. Com o iluminismo o homem já não
precisava de deus, obtiveram-se avanços de fundamental importância no campo das
ciências e das artes, se estava à luz da evolução e do progresso. Acreditavas-
se que o progresso evoluiria de forma universal
e ilimitado. “O plano mais elevado da
sociedade seria a democracia no governo, a fraternidade na sociedade, a
igualdade de direitos e privilégios e a educação universal”.
O positivismo de
Auguste Comte
A. Comte acreditava que as sociedades estariam sujeitas as
mesmas leis, a todos os fenômenos invariáveis que agem sobre a natureza, dessa forma,
a ciência da sociedade poderia competir com as ciências naturais. Comte também
sentia que o descobrimento das leis da organização social humana poderia ser
usado para reconstruir a sociedade de uma forma mais sensível. O método de
comparação utilizado por ele permitia analisar e comparar os estágios históricos
da sociedade e suas semelhanças, e verificar as tendências, ou particularidades
que favoreçam, ou seja, contraria ao processo de evolução da sociedade.
Ao contrario dos filósofos do sec. XVIII, Comte não concebe o progresso
como indefinido, mas como algo limitado e acabado após a consecução do terceiro
estado positivo. Entretanto, exatamente como aqueles, admite a extensão da lei
dos três estados a toda a humanidade, ou seja, crê na unidade psíquica do gênero
humano, o principio de que o homem é o mesmo em toda parte em todos os tempos.
O positivismo
comteano, contribuiu de forma eficaz apara a antropologia social, fundamentando
os princípios universais nas relações que existem entre os fenômenos históricos
e naturais, foi fundamental para a antropologia social, pois não só levaria em
conta a evolução biológica como também a evolução histórica.
Alex Alves