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segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Por quê estamos sempre vigiando a atitude do outro?

       
Tendo como fundamentação teórica a teoria do funcionalismo Durkheimiano, acredita-se que a sociedade funciona como um corpo, um organismo, e que  o bom funcionamento de todo corpo dependerá da integração e coesão de suas partes. Assim como órgãos de um corpo, acredita-se que a sociedade é composta por partes integrantes que se complementam, e essas partes funcionam como organismos independentes e interdependentes e, como todo organismo tem o seu sistema de defesa natural, poder-se-ia dizer que a sociedade, sendo um organismo, também tem a capacidade de criar os seus próprios anticorpos.
Anticorpos são glicoproteínas, também chamadas de imunoglobulinas, que possuem como principal função garantir a defesa do organismo. Essas glicoproteínas de defesa atuam de diferentes formas para evitar que uma partícula invasora cause danos à saúde. (SANTOS, 2020).
            Qualquer conduta desviante à coerção impostas pelos fatos sociais pode ser corrigida pelos atores sociais como forma de se manter o bom funcionamento do corpo social. O que é um fato social?
Trata-se de máximas puramente morais? A consciência pública contém todo ato que a ofende por meio da vigilância que ela exerce sobre a conduta dos cidadãos e as penas especiais das quais dispõe. Em outros casos, a repreensão é menos violenta; [porém], ela não deixa de existir. Se eu não me submeto às convenções do mundo, se, ao me vestir, eu não dou a mínima atenção aos costumes de meu país ou de minha classe, o riso que provoco, a alienação a que me  submetem, produzem, mesmo que de maneira atenuada, os mesmos efeitos de uma pena propriamente dita. (DURKHEIM, 2012, p. 32).
Precisamos entender como as características de vigilância e punição analisadas pelo sociólogo e filósofo Michel Foucault se complementam com o pensamento Durkheimiano. Foucault é um sociólogo francês que desenvolveu analises importantes sobre a sexualidade, o surgimento das prisões e dos manicômios, e sobre as características que o poder exerce na sociedade e a sua ação sobre os corpos. Para  Foucault (2012), o principal alvo  de ação do poder é o corpo.
Em relação a vigilância e punição, podemos partir do conceito do panopticismo. O panoptico.
Foucault aponta que “Nos anos de 1830, o Panoptico se tornou o programa arquitetônico da maioria dos projetos de prisão”. (1979:249) e que outras instituições além da prisão adotaram suas disposições arquitetônicas para uma ampla variedade de propósitos. Como exemplo desta adoção, Foucault detalha todas as características panópticas da arquitetura do manicômio no início do século XIX, demostrando  que a arquitetura  panóptica do edifício manicomial foi interpretada como a própria cura para a loucura (2006ª: 102-107). Esta aquisição transinstitucional das disposições arquitetônicas do panoptico intensificou a disseminação do poder disciplinar. (HOFFMAN, 2018, p. 51).
Henry Louis Mencken ironiza a respeito do bom senso e da consciência das pessoas, ele diz: “A consciência é uma voz interna que avisa quando alguém está me olhando”, e esse é sempre um conceito atual, pois, nos mostra que o conceito do “panopticismo/vigilância” ainda está constante nas instituições, sejam, públicas, privadas ou o olhar do outro sobre nós, pois molda o comportamento dos nossos corpos. Segundo esse ditado quando não estamos nos sentindo observados cometemos algumas infrações como, ultrapassar um sinal vermelho, jogar lixo no chão, fazemos coisas entre quatro paredes, e dizemos o que não diríamos, ou faríamos em público. Só que de acordo com uma das teorias Bourdieusiana, o habitus, mesmo quando não estamos diante de alguém continuamos com certos comportamentos, por que, naturalmente, internalizamos as características da normatividade. Na visão de Foucault, docilizamos o nosso comportamento colocando o desvio sob pena de punição, que, no caso, não necessariamente vai ferir o corpo, mas também pode ser uma punição simbólica.
[...] entre as muitas lições do panopticismo está a de que o poder que parece focado em um indivíduo está de fato “distribuído” por toda a estrutura, de modo que cada indivíduo é simultaneamente “objeto” e “sujeito” desse poder: o prisioneiro é “vigiado”, mas está sendo treinado para vigiar a sim mesmo, para ser o seu próprio inspetor. (HOFFMAN, 2018, p. 80).
O modo como os meninos e as meninas devem sentar, andar, se expressar etc. são predeterminados por ocasião das instituições que disciplinam e tornam comuns determinados tipos de caráter, tipificação ou conduta institucionalizada. Entenda-se aqui instituição por, família, escola, igreja, policia etc.
A normatividade[1] pode ter um caráter fim ou ser o meio para se executar uma determinada ação. “Uma norma é uma descrição verbal do curso concreto da ação assim considerada desejável, combinada com uma injunção para fazer com que certas ações futuras estejam de acordo com esse curso”. (PARSONS, 2010, p. 113).
A sociedade é composta de normas e valores os quais necessariamente devem ser respeitadas, e essa normatividade constituem as leis e a ordem necessárias para que a sociedade se mantenha coesa, e também influenciam na cultura de cada uma delas.
Pois bem, de acordo com a teoria dos fatos sociais de Durkheim e a teoria de vigilância e punição de Michel Foucault, se os fatos sociais são considerados predeterminantes da ação dos atores sociais a vigilância constante dos indivíduos uns sobre os outros, como afirma Foucault, podem ser considerado o que coage os atores a não transgredir as normas, como uma espécie de anticorpos do grande e extenso corpo social que atuam para manter a estabilidade social.
A fim de evitar que o desvio se dilua num oceano de diferenças, deve-se atentar para a norma: o desvio é falta de obediência social. Mesmo arriscando a confusão de uma categoria da não conformidade com outra, um desvio é punível, enquanto que, uma simples diferença não o é (ela pode consistir em um meio de distinção social, frequentemente é causa de exclusão a um status social menos valorizado). (ROBERT, 2011, p. 47).
Podemos observar a questão da conservação da normatividade em escalas, micro ou macro social. Pois, a conservação e a vigilância das normas não acontecem somente nos grupos de grande escala, podemos imaginar um grupo pequeno, de três pessoas, que tem preferência por algum tipo de  estilo musical, o rock, por exemplo. Pode ser definido uma saudação comum, um tipo de gesto para que os integrantes se identifiquem, uma cor que os defina, um estilo de roupa etc. e essa tipificação institucionalizada pelo grupo vai ser passível de vigilância por todos os integrantes do grupo, qualquer desvio é passível de punição para que as partes do grupo se mantenham coesas. É sempre feita uma manutenção como forma de vigilância e punição apara corrigir os infratores, nas quais, posteriormente podem vir as sanções. Existem dois processos de aprendizado e de consolidação da experiencia que reforçam as tipificações, o processo de sedimentação e tradição. Como se fosse uma ritualização, que cria padrões a serem seguidos.
Sedimentação e tradição – Somente uma pequena parte das experiencias humanas são retidas na consciência. As experiencias que ficam assim retidas são sedimentadas, isto é, consolidam-se na lembrança como entidades reconhecíveis e capazes de serem lembradas. (BERGER ,Peter L.. 2014, p. 92).
          Esse processo de sedimentação facilita a leitura dos acontecimentos na sociedade. Dessa forma eu posso pressupor que um policial está cumprindo o seu papel ao abordar um infrator de alguma norma social, inclusive, a leitura que será feita será a de que a policia está cumprindo o seu papel, “abordando um marginal”. As pessoas que não andam no mesmo sentido das normas sociais são colocadas à margem da sociedade. O processo de sedimentação e tradição facilitará a leitura dos acontecimentos e das tipificações e dar um nome ao que está acontecendo.
Papeis – Isto implica entre indivíduos, que o primeiro tem em comum com os outros finalidades especificas e fases entrelaçadas de desempenho e, ainda mais, que são tipificadas não apenas ações especificas, mas também, formas de ação. (BERGER ,Peter L.. 2014, p. 97).
Todos os indivíduos exercem vários tipos de papeis durante a vida, existe o papel principal, que vai ser predominante e os papeis secundários. O indivíduo pode ser: pai e ao mesmo tempo filho, pode ser professor e aluno em outra instituição, pode ser um policial ou um religioso de renome, e em cada caso ele vai ter que atuar de acordo com o papel que estiver exercendo no momento. Para que a sua atuação seja legitimada pelo reconhecimento do outro, segundo Goffman[2], ele tem que ser convincente e se esforçar para que o outro acredite na sua interpretação. Outra forma de delimitar o comportamento das pessoas é o determinando o comportamento baseando nas tradições é na religião. Presume-se que um grande percentual  de pessoas, em todo o mundo, professam algum tipo de religião e, em algum momento, antes da criação das leis a normatividade foi predeterminada pela religião, e se considerarmos a religião cristã, pode ter nascido aqui o primeiro e mais eficiente sistema de vigilância e punição, pois, dada a onisciência, onipotência e a onipresença da divindade, não tem como cometer um crime e se esconder, ou omitir a intenção pois Jeová saberá da intenção bem antes que se cometa o delito e mesmo que se cometa e o indivíduo consiga fugir, ninguém consegue se esconder de Deus. Aqui não tem a necessidade de câmeras ou panoptico para inibir a infração pois isso já está do lado de dentro de nossas “cabeças”. Como “o prisioneiro que é “vigiado”, mas está sendo treinado para vigiar a sim mesmo, para ser o seu próprio inspetor”.
Grande parte da população mundial apresenta-se filiada a algum tipo de religião. Michel Malherbe, em seu livro les religions de I’humanite, fornece-nos preciosos índices da distribuição de correntes religiosas no mundo. Ele apresenta, à página 44, a seguinte distribuição populacional: ateus, 29%, cristãos, 28%, islamitas, 18%, hindus, 15%, budistas, 05%, seguidores de outra religião, 05%. Podemos concluir que mais de 70% da população mundial segue algum tipo de religião. Os 29% rotulados ateus não foram estudados e pesquisados por esse autor com a finalidade de verificar onde são investidos os mecanismos e as funções encontrados na religião, tais como: a omnipotência, o sagrado, e o profano, o divino, os rituais etc. (AMARO, 2003, p. 69).
      A religião é uma coisa que está fortemente ligada à cultura das sociedades, nas quais estão inseridas, e “coincidentemente” sempre relacionadas a alguns mitos e símbolos. 
E, na história da humanidade, não há registro em qualquer estudo por parte da História, Antropologia, Sociologia ou qualquer outra ciência social, de um agrupamento humano em qualquer época que não tenha professado algum tipo de crença religiosa. As religiões são, então, um fenômeno inerente à cultura humana, assim como as artes e técnicas. (MOREIRA, 2008; Pg. 249).
Teoricamente, baseado na grande quantidade de grupos nos quais vivemos e estamos imersos, entende-se que também estamos sempre atuando como vigilantes uns dos outros reprovando ou confirmando a atitude do outro. “Menino veste azul, menina veste rosa...”, “homem não casa com homem nem mulher com mulher...”, “roqueiro tem que odiar pagode...”, “evangélico não pode ler livros seculares...”, “gays não podem demonstrar afeto em público”... etc.
       Um teórico importante e pertinente é Antony Giddens teórico da teoria da estruturação. As instituições e as normas são estruturadoras das ações dos indivíduos e os mesmos, ao agirem de acordo com as normas estão estruturando a estrutura. Reforçando as normas as quais estão se sujeitos.
Nessa perspectiva a anomia poderia ser uma doença social?


BIBLIOGRAFIA

AMARO, J. W. (2003). Temas essenciais. São Paulo: Lemos Editorial.

PETER L. BERGER, T. L. (2014). A Construção Social da Realidade. Rio de Janeiro: Vozes.
DURKHEIM, É. (2012). As regras do metodo sociologico (1ª ed.). (W. Solon, Trad.) São Paulo - SP: EDIPRO.

FOUCAULT, M. (2012). Vigiar e Punir. Petropolis - RJ: VOZES.

GOFFMAN, E. (1985). A representação do eu na vida cotidiana. (M. C. Raposo, Trad.) Petrópolis: VOZES.

GUERREIRO, E. (03 de Janeiro de 2008). A IDEIA DE MORTE – do medo à libertação. Algarve, Portugal. Acesso em 2020, disponível em http://www.scielo.mec.pt/pdf/dia/v28n2/v28n2a12.pdf.

HOFFMAN, M. (2018). Michel Foucault: Conceitos Fundamentais. (D. TAYLOR, Ed., & F. Creder, Trad,) Petropolis: Vozes.
MERTON, R. K. (1970). Sociologia: Teoria e estrutura. Belo Horizonte: MESTRE JOU.
MOREIRA, A. (03 de Janeiro de 2008). A religião como Fenomeno Propulsor da Ecocultura. São Leopoldo, RS, Brasil. Fonte: http://www.anais.est.edu.br/index.php/congresso/article/viewFile/5/20.

ROBERT, P. (2011). Sociologia do crime. Petropolis - RJ: VOZES.

SANTOS, Vanessa Sardinha Dos. "O que é anticorpo?"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/biologia/o-que-e-anticorpo.htm. Acesso em 10 de janeiro de 2020.




[1] Teoria do desvio; MERTON, R. K. (1970), Merton faz uma abordagem sobre a tensão entre a normatividade e a cultura. Para ele, culturalmente as pessoas buscam o sucesso financeiro como forma de ser bem sucedido na sociedade só que essa necessidade do sucesso esbarra nas normas e na legalidade. Se o indivíduo não respeitar as leis e tentar ficar rico cometendo atos ilegais, como vender drogas, tráfico de armas etc. vai ser punido pelo sistema penal de tal sociedade. A cultura vai esbarrar na normatividade, contudo, há alguns casos de indivíduos que não se incomodam da origem da riqueza de determinadas pessoas e dão mais valor a cultura desconsiderando o valor da normatividade. Não se sentirá constrangido em posar ao lado de algum criminoso em uma foto, por exemplo. Com a exceção desses casos, A cultura tem fortemente influencia no comportamento das pessoas. O fato de não se preocupar com as normas da sociedade é caracterizado como “anomia”, ausência de normas.
[2] (GOFFMAN, 1985), (A representação do eu na vida cotidiana).

quinta-feira, 15 de maio de 2014

Caos em Pernambuco - saques e clima de guerra, Abreu e Lima em Pernambuc...

“A Polícia e o Exército são considerados aparelhos repressivos, usados pelo Estado, para impor a ideologia dominante”. Quando eu escutar isso daqui p/ frente vou lembrar-me desses dias horríveis, de saques e desordem que presenciei esta semana 14 e 15 de maio de 2014, e refletir se realmente não são indispensáveis, pelo menos para manter o cumprimento das normas sociais. Quantos supostos “pais de famílias”, “estudantes” e em geral “pessoas de bem” aproveitaram um momento de fragilidade na segurança pública para agirem de forma a qual só prevalecia o pensamento individual, a ganância, a corrupção? Tem um ditado que diz: “A ocasião faz o ladrão”.
Será que podemos cobrar por um país mais justo, menos corrupto e mais educação se na primeira oportunidade acontece uma coisa dessas. E esses, os próprios PMs, serão os que vão descer o pau nos manifestantes na copa! 
Nesse caso um precisa do outro...?

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

Contrato Social de Hobbes

Thomas Hobbes (5 de abril de 1588 — 4 de dezembro de 1679)
Anomia:
           
       Estado de vida social sem normas, onde não existe nenhum órgão regulamentador das leis, da disciplina, política etc. as questões morais não regulam a sociedade. Não existe fé no poder do Estado.
           
Estado de natureza (contrato social Hobbesiano)

Considera-se que o estado de natureza hobbesiano foi a primeira presunção científica do Estado e do Direito. Seria um estado anterior à existência de uma sociedade organizada e política; um estado pré-social, o qual prevalecia a auto-tutela, lei do mais forte. Para Hobbes, nesse estado o homem julga ter direito a tudo quanto quiser, é ambicioso e não existem limites para os seus desejos. O homem vivia o direito de possuir tudo o que bem quiser, inclusive se para isso tivesse que matar outro homem, daí que o estado de natureza: “é um estado de guerra de todos contra todos”. Para Hobbes, “o homem não possui instinto social, como pensava Aristóteles”. O Estado de natureza, essa guerra de todos contra todos tem por conseqüência o fato de nada ser injusto. As ciências de certo e errado, de justiça e de injustiça não têm lugar nestas circunstâncias. Onde não há lei, não há injustiça. Se vivia constantemente um modo de assimetria de informação, cujo individuo imaginava está constantemente ameaçado pelo outro. Para Hobbes o homem tem medo de ser morto ou escravizado e esse temor é a paixão que vai do desejo à razão e levá-lo à criação do Estado, através de um contrato social. 


Assim sendo,     só haverá paz se cada pessoa renunciar ao direito absoluto que tem sobre todas as coisas em favor de um soberano – e assim manter sua igualdade. Quanto ao Estado, ele se torna o poder absoluto, pois houve um pacto de submissão. O pacto de submissão foi feito entre os homens, que entregam seus direitos para o bem de todos. O individuo se submete a tutela do estado e a ele deve submissão, assim, se algum homem matasse, roubasse, ou cometesse algum crime contra outro, o estado o puniria, pois ele é o soberano. Assim fez com que a luta do homem contra o próprio homem tivesse um interventor, e se viveria sob as normas do Estado. O Estado, é fictício, não existe fisicamente, é um conjunto de normas, nas quais a sociedade passa de um estado de natureza para um contrato civil. O Estado para se fazer manter a sua força cria o seu exercito, para garantir que as leis sejam respeitadas e cumpridas. 

Alex Alves


SALDEK, Maria Tereza; RIBEIRO, Renato Jaime; MELO, Leonel Itaussu Almeida; J. A. Guilhon Albuquerque, Milton Meira do Nascimento, LIMONGI, Fernando Papaterra. Os Classicos da Política. Sao Paulo: Ática, 2001.

sexta-feira, 6 de setembro de 2013

A ética protestante e o “espírito” do capitalismo


  

Em a Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo Weber começa investigando os princípios éticos que estão na base do capitalismo, constituindo o que ele denomina de seu “espírito”. O principio religioso chamado de “ética protestante”, vai ser o nosso objeto de estudo. Para Weber, o capitalismo não só chamam atenção da sociologia por causa do fator econômico como Marx imaginava, mais o seu crescimento também se deveu ao modo de vida cristão calvinista. O calvinismo se diferenciava do cristianismo católico e luterano, pois os cristãos desse seguimento tinham um interesse também na prosperidade terrena, a qual relacionava à salvação. Os artesãos católicos trabalhavam para sobreviver, os calvinistas mais além, geralmente acendiam de cargo, ocupavam posição de destaque nas profissões ou eram os próprios burgueses donos das fabricas. Nas palavras de (Weber 2004, p.34), “para os católicos o mais importante seria dormir bem, para os calvinistas seria comer bem”. Isto foi uma crítica à fixação pelo trabalho que se confundia ao desejo material, assim eram visto pelos católicos os cristãos calvinistas.

De acordo com (CATANI 1980, p.15):



A concepção cristã medieval considerava o trabalho uma verdadeira maldição, devendo desenvolver-se apenas na medida em que o homem dele necessitasse para a sua sobrevivência, não sendo aceita, jamais, como um fim em si mesmo.


A ética protestante fazia uma relação profunda com a honestidade, era um modo de vida baseado na retidão e na confiança. Era um estilo de vida para os calvinistas; cumprir com a palavra contribuiria para manter o credito na praça, uma vez que faltando com a palavra perderia a confiança dos credores e conseguintemente viria o insucesso, dessa forma ele não se veria como eleito. Esse estilo de vida metódico contribuiu para o desenvolvimento do capitalismo de uma forma bastante significativa; introduzida por uma religião determinista e estilo de vida sistemático em todos os aspectos o qual deveria predominar o ascetismo, os cristãos calvinistas de uma forma natural, sem que fosse o objetivo fim fosse o esbanjamento.


Segundo (CATANI 1980, p.17-18):


[...] junto à valorização positiva do trabalho está também presente no espírito calvinista uma valoração positiva da riqueza criada por esse trabalho. Todavia, essa riqueza criada não deve ser consumida nem gozada e, tampouco, deve ser economizada, no sentido de haver entesouramento.


A disciplina moral levava os crentes a pouparem seus ganhos e, ao mesmo tempo, os inibia de usarem os lucros para o consumo de bens luxuosos. Uma vida de ascetismo o aproximava de Deus. Os lucros geralmente eram reinvestidos na própria empresa capitalista, gerando um movimento repetitivo. Weber viu na ética protestante uma das conseqüências da evolução capitalista industrial. Mesmo sendo uma questão primitiva de regras baseada na moral e nos costumes, a religião é um freio moral para a sociedade, assim como os fatos sociais contribuem para o cumprimento das normas de convivência social, assim, o ascetismo religioso contribuiu significativamente para o desenvolvimento do capitalismo






Em sua obra A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo, o autor Max Weber analisa os motivos que levaram o surgimento do capitalismo industrial ter sido desenvolvido em países protestante como a Inglaterra e Alemanha. Analisando principalmente a religião calvinista do ponto de vista principalmente dos Puritanos, Weber discutiu a importância da moral protestante como impulso para as atividades capitalistas. Tais hábitos da religião dos calvinistas foram cruciais para o florescimento capitalista em contradição com a tradição católica que via a rejeição as práticas econômicas. 


A reforma protestante iniciada pelo monge Lutero, foi crucial para uma ruptura com as normas vigentes da época trazendo a possibilidade para que muitos reinos, condados etc. Se libertassem da tutela papal e fundasse em seus respectivos territórios igrejas nacionais, foi o que aconteceu na Alemanha com Lutero e na Inglaterra com Henrique VIII. Sabemos hoje que a reforma protestante não foi um movimento de um sentimento apenas religioso, mas da junção desse sentimento com um apelo econômico. No Marxismo a explica do ponto de vista econômico, para Karl Marx as religiões são “filhas de seu tempo”, e mais concretamente, filhas da economia, mãe universal de todas as sociedades humanas. 

Assim a reforma surge para a atender àquelas expectativas que estavam surgindo até muito antes do século XVI. Segundo o autor tais práticas do calvinismo possibilitaram uma legitimação do ganho racional do lucro. O autor inicialmente em seu trabalho, A ética Protestante e o espírito do capitalismo, aponta como foi de tão grande importância a moral protestante com seus dogmas e ensino para o sistema capitalista, que anteriormente era visto como um pecado para a moral católica. 

A nova moral que se estabelecia na palavra de ordem “tempo é dinheiro” possibilitou uma doutrina para os seus fies muito importante, possibilitando o acumulo de capitais e posteriormente tais capitais serem empregados nas empresas capitalistas. Outro fator relevante é a poupança, por quê? Pois antes guardar dinheiro era avareza e pecado, a moral católica dizia: temos que viver em busca da salvação eterna. Foi assim na Mesopotâmia, Egito, Grécia e Roma e por que não no Brasil. As religiões sempre foram importantes para seguridade da ordem econômica, social e política. 




Alex Alves


CATANI, Afrânio Mendes. O que é capitalismo. São Paulo: Brasiliense s.a, 1980.
WEBER, Max. A ética protestante e o espírito do capitalismo. São Pulo: Companhia das Letras, 2004.

sábado, 31 de agosto de 2013

O que está acontecendo na Síria?


Imagem 1

Como é que tudo começou?


O problema começou em 2011 na cidade síria de Daraa. Os moradores saíram às ruas para protestar, pois 15 alunos haviam sido presos - e torturados - por escrever pichações anti-governo em uma parede. Os protestos foram pacíficos, para começar, pedindo a libertação das crianças, a democracia e uma maior liberdade para as pessoas do país. O governo respondeu com raiva, e em 18 de março, o exército abriu fogo contra os manifestantes, matando quatro pessoas. No dia seguinte, eles atiraram nos funerais das vítimas, matando outra pessoa. As pessoas estavam chocadas e revoltadas com o que tinha acontecido e logo a agitação se espalhou para outras partes do país.

O que os manifestantes querem?


A princípio, os manifestantes só queria democracia e mais liberdade. Mas uma vez que as forças de segurança abriram fogo contra manifestações pacíficas, as pessoas exigiram que o Presidente, Bashar al-Assad, renuncie. O Presidente Assad se recusou a renunciar, a medida que a violência se agravou ele se ofereceu para mudar algumas coisas sobre a forma como o país é governado, mas os manifestantes não acreditaram nele. Assad também tem um monte de pessoas na Síria que ainda apoiam ele e seu governo. A suspeita de uso de armas químicas tem vindo a aumentar a pressão sobre a comunidade internacional a agir depois de alegações de que houve uso de arma químicas ​​na guerra. Agora, os países estão debatendo a melhor forma de reagir ao aprofundamento da crise. O governo da Síria negou categoricamente o uso de armas químicas, dizendo: "não há nenhum país no mundo que usa uma arma de destruição definitiva contra seu próprio povo." 

Existe alguma ajuda de outros países?

Para que isso aconteça, todos os países membros da ONU têm de concordar -, mas Rússia e China até agora têm bloqueado qualquer movimento para fazer isso. Rússia, em particular, tem fortes laços com o governo do presidente sírio Assad e tê-los ajudado, fornecendo armas. Grã-Bretanha e a França têm empurrado para a capacidade de enviar armas para os rebeldes, dizendo que iria encorajar o governo sírio para chegar a uma solução para o conflito. Mas há um grande debate sobre se o envio de armas é o caminho certo para acabar com a guerra. Não há nenhuma maneira de dizer que poderia se apossar das armas.

A crise de refugiados

Muitas pessoas, sírios comuns, foram apanhadas na violência da guerra e foram obrigados a deixar suas casas para fugir para outros países. Cada fluxo de refugiados dia para além das fronteiras da Síria para os países vizinhos da Jordânia, Líbano, Turquia e Iraque. Milhões de pessoas foram deslocadas dentro da Síria e estão precisando desesperadamente de ajuda. Mas agências de ajuda humanitária dizem que a obtenção de ajuda para as pessoas dentro da Síria é muito difícil e perigoso.


terça-feira, 13 de agosto de 2013

Fatores atuantes na evolução do sistema educacional brasileiro



A educação no Brasil, não caminha lado a lado com o seu desenvolvimento. Ela sempre foi símbolo excludente do: “Apartheid Escolar”. A teoria do conflito de Marx reflete muito bem as dificuldades ainda existentes, em se tratando da educação brasileira, onde existem duas classes sociais lutando entre si pela ascensão ou permanência no poder (status social). A educação seria o meio por onde as pessoas que não tinham terras ou títulos de nobreza poderiam ascender socialmente e se igualar as outras. Esse é um fator chave que permite a aceitação das diferenças, pois, se sabe que qualquer um conseguiria mudar o seu estado social pelos estudos. Cada um vai cuidar de se esforçar para estudar e alcançar os seus objetivos, no entanto, na pratica não é bem assim. O ensino no Brasil sempre foi diferenciado. Enquanto que as pessoas que tinham mais condições financeiras estudavam as ciências naturais e sociais as pessoas consideradas pobres  aprendiam para desenvolver um trabalho braçal. As Leis de Diretrizes e Base (LDB), de certa forma legitima essa condição. Por causa da industrialização se fez necessário que se dispusesse rapidamente de uma mão de obra eficaz que pudesse atender as demandas geradas pelo Capitalismo, assim acaba quase que naturalmente se dividindo as tarefas (os pobres com trabalhos braçais e os ricos com trabalhos intelectuais)..
  A educação no Brasil no período da era Vargas, enfrentou muitos problemas, pois, o poder era centralizado. [...] A vitoria dos princípios federalistas que consagrou  a autonomia dos poderes estaduais, fez com que o Governo Federal, reserva-se uma parte da tarefa de proporcionar educação à nação, e não interferisse de modo algum nos direitos de autonomia reservados aos Estados. Não existia um padrão de ensino na época, isso fez com que fosse gerada uma desorganização na construção do sistema de educação.
A primeira republica tentou varias vezes resolver os problemas iniciais mais graves, mas não obteve êxito.  Imaginou-se que seria uma boa idéia substituir o currículo acadêmico por um enciclopédico, com inclusão de disciplinas cientificas; inaugurou o ensino seriado, melhorou a organização do sistema educacional, alcançado as escolas primarias e secundarias (através da reforma do Distrito Federal), também o ensino em todo o País (Superior Artístico e Técnico).
Depois da vitoria do federalismo, as confederações ganharam independência, no entanto, houve uma grande disparidade no ensino, por causa das diferenças econômicas dos Estados. Entendamos: se um Estado participa diretamente do comando político e econômico, vai gozar de privilégios  e recursos, pois poderão se equipar com melhores recursos de educação, enquanto que os mais pobres não vão ficar em pé de igualdade com eles, e ficam a favor da própria sorte. Sendo assim a educação ganha força no sul e sudeste, por causa da participação política e econômica.
O liberalismo político  e econômico se transforma em liberalismo educacional, e contribui bastante para e diminuição das diferenças socioeconômicas e culturais nos Estados brasileiros do sul, em seguidas os outros Estados.
A educação era vista como um instrumento de ascensão social. A constituição da republica em 1891, descentralizou o ensino e deu direito de criar instituições de ensino superior e secundário nos Estados, no entanto, cabia a nação criar e controlar os cursos de nível secundário acadêmico; e aos Estados, dava-lhes liberdade para eles atuarem sobre a educação primaria e profissional, que na época, as moças estudavam no ensino médio normal e os rapazes em cursos técnicos profissionalizantes.
            Partia dai as disputas sociais, através da educação, que por sua vez, segregava as pessoas colocando diferenças entre elas. A burguesia e classe média “freqüentavam o ensino acadêmico superior”, enquanto que aos pobres era reservada uma educação de ensino médio/ técnico profissionalizante, por causa da industrialização, São criadas as leis orgânicas de ensino: 6 decretos leis ( ensino primário, secundário, industrial, comercial, normal e agrícola); consistia a elite, classe media e classes populares na seqüência: 
·         Primário, Ginásio e Superior;
·         Primário, Normal e Superior (Filosofia);
·         Primário, profissionalizante e Superior (área técnica)
É encaminhada para o Congresso Nacional a lei de diretrizes e bases da educação nacional (LDBDEN), aprovada somente em 1948.
Uma grande dificuldade da escola pública na maioria das vezes é o absenteísmo de professores e o novo sistema de avaliação, onde não pode haver reprovação, e sim um índice de desenvolvimento, por causa dos incentivos externos.

Consideraçoes Finais

Entende-se que é de fundamental importância o alinhamento da educação com a inclusão social no mundo do trabalho. Permitir direitos iguais de concorrência às oportunidades é um fator diferencial para o desenvolvimento do Brasil. A LDB acaba legitimando o Apartheid educacional através da segregação, permitindo um ensino desigual. Esquecem das necessidades aos conhecimentos científicos e sociais, fazendo com que se torne uma coisa naturalmente irreversível. Se faz necessário uma implementação nas políticas publicas para atender a real necessidade do sistema educacional do Brasil.
Paulo Freyre (1996) é uma referencia em educação inclusiva e participativa. Ele fala em vários dos seus livros sobre a pedagogia da autonomia, da inclusão e respeito pelas pessoas. Quero deixar uma de suas declarações, que acredito ser bastante significativa para o contexto:  “a educação não é um fator determinado, sim, depende de condicionamento”.
[...] não significa negar os condicionamentos genéticos, culturais, sociais a que estamos submetidos. Significa reconhecer que somos seres condicionados, mas não determinados. Reconhecer que a Historia é tempo de possibilidades e não de determinismos, que o futuro, permita-se-me reiterar, é problemático e não inexorável.
Podemos fingir que essas diferenças não existem e, continuar sem lutar pelos direitos educacionais. Mantendo certo conformismo diante da situação ou cobrar do Governo melhores condições de ensino e incentivo a educação e a cultura no País. 


Alex Alves


ROMANELLI, Otaiza de Oliveira. HISTORIA DA EDUCAÇÃO NO BRASIL (1930/1973). 34ª ed. Rio de janeiro: Petropolis, 2009. Cap.2 (Fatores atuantes na evolução do sistema educacional)
Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=xmhV7ihNCCA

domingo, 11 de agosto de 2013

Karl Marx e o Capitalismo

O Capitalismo e a alienação do trabalho
Para Marx, a história da sociedade civil é a historia da luta de classes. A teoria do conflito de Karl Marx fala sobre os conflitos que existiram entre as classes de senhores e servos, patrões e empregados, ricos e pobres desde a sociedade mais antiga ate à contemporânea. A alienação é um produto do capitalismo. A industrialização sufocou o pequeno artesão, pois, com a mudança nos meios de produção os produtos que eram feitos por métodos artesanais agora são feitos em longa escala, por maquinas, para atender a demanda emergente desse novo método de produção. Isto fez com que o pequeno produtor não tivesse condições de competir como artesão, e para sobreviver ele vende a sua força de trabalho como um produto para o empresário burguês. Karl Marx abordava sobre o antagonismo de classe decorrentes do capitalismo, que atenuava, no sentido de dependência um do outro, uma distancia enorme entre os burgueses e o proletariado. O trabalhador sofre uma alienação causada pelo estranhamento do seu trabalho. Ele não se reconhece mais no produto que ele fabrica, o produto passa a ser uma coisa estranha. Antes o trabalhador conhecia todo o processo de construção do seu produto, e colocava toda a sua capacidade intelectual de criação e força de produção, comprava a matéria prima, estocava e colocava o valor segundo o tempo de trabalho social necessário para a venda do produto. O mesmo se tornava uma coisa, se considerava uma extensão do trabalhador. Uma vez que o individuo passa a produzir segundo os métodos de produção industrial, ele não conhece o produto num todo, só parte dele, dessa forma ele também não se reconhece no produto, que passa a ser um produto alienado, estranho ao trabalhador. Isso torna o artesão num escravo voluntario do capitalismo por causa do medo da fome. Marx disse que se o proletariado se reconhecesse como classe oprimida, passaria de uma classe em sí para uma classe para si; quando toma consciência do que a distingue de outras classes, ou seja, quando adquire “consciência de classe”, dessa forma a sociedade se desenvolveria para um comunismo social e aconteceria o fim da historia. Marx não acredita que um milagre salve o proletariado, ou seja, não se trata de uma ideologia. O meio mais eficaz de lutar contra o estado burguês seria através da política, ele não acredita na ideologia de Saint-Simon, Hegel, Fourier, Owen e outros filósofos. Para ele, o ser humano é um agente ativo e transformador da historia e da sociedade, deve desprender-se do estado contemplativo das coisas e se tornar um ser ativo. Marx se dizia um materialista pratico do mesmo modo que se dizia comunista, ele se opõe ao contemplativo enquanto tem o propósito de revolucionar o mundo existente.

Mais - valia 

A visão de Marx em relação à alienação do trabalho era que o individuo não recebia um salário harmônico com o que produzia, a diferença da produção a qual não ia para o bolso do empregado chamava de mais-valia. Para Marx se somando o custo de toda matéria prima necessária para a fabricação do produto, o processo de fabricação e o tempo necessário para se produzir a “coisa industrializada” o produto custaria um valor “X” bruto, que seria multiplicado ao ser colocado à venda. Ao se colocar no mercado, o valor do produto teria seu preço elevado e, digamos a venda de uns três produtos fabricados serão mais ou menos equivalente ao salário mensal do trabalhador. Ao lucro restante referente à fabricação pelo resto do mês Marx chamou de mais-valia. 

A rejeição das disposições morais

Segundo ele, o ideal de liberdade do proletariado só seria alcançado quando o individuo for livre para produzir segundo a sua vontade, sem que sofra pressão externa a ela, não se dá pelo grau de consciência das leis, moralidade e regulação social se opondo a Kant e Hegel. 

De acordo com (Levine 1997): 

Para Marx, o que os filósofos morais descrevem como admiráveis faculdades ou idéias morais não passam de crenças tendenciosas a serviço da de uma luta de classes. Assim em, A ideologia Alemã, Marx e Engels zombaram da noção de Kant de boa vontade como uma expressão da “impotência, depressão e mesquinhez dos burgueses alemães (...) de quem ele era o coonestador porta-voz” (1965, 206 e seg). Mais tarde, Engels resumiu a posição de ambos ao dizer que, como todos os credos morais são o produto de condições socioeconômicas e uma vez que a sociedade foi historicamente organizada através de antagonismo de classes, “amoralidade foi sempre moralidade de classes; ou justificou a dominação e os interesses das classes governantes ou, toda vez que a classes oprimida ficou suficientemente poderosa, representou sua indignação contra a dominação e os futuros interesses dos oprimidos” (Trucker, 1978, 726). Uma vez que as noções morais servem apenas como veículos para os interesses da classe exploradora ou da insurgente, tão logo chegue à sociedade sem classes os seres humanos não precisarão de tais noções.

A moralidade serviu como instrumento para dominar as classes menos favorecidas. Para Marx e Engels o Estado favorecia a classe dominante não, serve aos interesses comuns. A sociedade civil então deve aproveitar a ilusão de interesse comum para lutar contras as diferenças de classe, “não é o Estado que cria a sociedade civil, conforme pretendia Hegel. Ao contrario, é a sociedade civil que cria o Estado”.

Alex Alves


LEVINE, Donald Nathan. Visões da tradição sociológica. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1997.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013

A fé não é algo para se entender

"A fé não é algo para se entender, é um estado para se transformar".
Mahatma Gandhi

O que leva cada um de nós a pensar na imortalidade da alma, por que alguns acreditam em Deus ou deuses? Algumas pessoas confundem Fé com desejo? Já dizia o apostolo: “E ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda fé, de maneira tal que transportasse os montes, e não tivesse amor, nada seria”. 1 Coríntios 13; 2. 

O que é Fé? Segundo Friedrich Nietzsche: “A fé não move montanhas. Na verdade, coloca montanhas onde não há nenhuma”. "A fé é ignorar tudo aquilo que é verdade".
Para alguns, ter Fé é crer firmemente em algo, sem ter em mãos nenhuma evidência de que seja verdadeiro ou real o objeto da crença. “Este termo vem do grego pi.stis, traduzido por confiança, firme convencimento. Assim, a palavra fé pode ser entendida como acreditar, confiar. A fé não demanda provas materiais, pode surgir sem nenhum motivo aparente, estar ligada a razões ideológicas, emocionais, religiosas, ou a outra razão qualquer”. (http://www.infoescola.com/religiao/o-que-e-fe/).
A beleza da fé está em igualar todas as pessoas na face da terra. Todos independente de classe social, cor, sexo ou gênero. Todos temos Fé em alguma coisa às vezes; o homem do campo reza ao seu deus, o índio, o padre, o pastor, o homem rico e o pobre todos rezamos. Então porque classificar a Fé de acordo com a religião? Algumas pessoas acreditam ter mais fé que outra, e isto acaba acentuando as diferenças sociais entre os iguais. A fé no Candomblé é diferente do Catolicismo, cristianismo, hinduísmo, judaísmo etc? Se pensarmos como no versículo citado acima, o amor seria o mais importante em todas as religiões. Este documentário mostra um pouco da simplicidade e grandeza da Melhor assistir o vídeo em tela cheia.



Alex Alves


Gerações BB, X, Y e Z



Nas palavras de Bergamini: "As organizações brasileiras recrutam, por exemplo , engenheiros, advogados e outros profissionais sem a necessária formação para trabalhar em setores responsáveis por pessoas. É muito frequente, por exemplo, encontrar engenheiros trabalhando em áreas de recursos humanos". Nesse sentido, não imaginam que graves erros podem ser cometidos por esses profissionais ao longo de sua permanência nessas organizações.
Ainda pelo motivo de economizar, e não pagar um salario relativo a função exercida, se promove funcionários por tempo de serviço, ou por que talvez seja um ótimo vendedor, desse modo pode-se pagar menos mas, corre-se o risco de estar perdendo um bom vendedor e promovendo um péssimo gerente.
Ainda o choque entre as gerações BB, X, Y tem tem gerado algumas dificuldades de relacionamento dentro das empresas. 
Quando se mistura toda essa gente de gerações e culturas diferentes é quase inevitável que não aconteça tais problemas, principalmente por que alguns gestores ainda não estão preparados para lidar, ou resolver os conflitos. 







Alex Alves


Bergamini, C. W. (2011). Psicologia Aplicada à Administração de Empresas(4ª ed.). São Paulo: Atlas.
Vídeo Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=x1oIU6AGHo8
Acesso: 11/04/2012

quarta-feira, 7 de agosto de 2013

As religiões respeitam os direitos das mulheres?


Em nossa sociedade, a mulher há pouco tempo pôde manifestar a sua opinião, votar, trabalhar etc. A cada dia elas vão conquistando mais espaço na sociedade, mudando o quadro de uma sociedade baseada no patriarcalismo. Algumas ainda têm que enfrentar uma jornada dupla, pois, além do trabalho formal, de carteira assinada, ainda tem que trabalhar em casa cuidando dos filhos, do marido e dos afazeres domésticos.

Segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística): A proporção de famílias chefiadas por mulheres cresceu mais do que quatro vezes nos últimos dez anos. Em relação aos casais sem filhos, o índice de autoridade feminina passou de 4,5% para 18,3%; já entre os que possuem filhos, subiu de 3,4% para 18,4%. A mulher juridicamente ganhou direitos, mas socialmente ainda sofre discriminação.

Quero colocar uma passagem bíblica para reflexão:

E na lei nos mandou Moisés que as tais sejam apedrejadas. Tu, pois, que dizes?
Isto diziam eles, tentando-o, para que tivessem de que o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, escrevia com o dedo na terra.
E, como insistissem, perguntando-lhe, endireitou-se, e disse-lhes: Aquele que de entre vós está sem pecado seja o primeiro que atire pedra contra ela. joão 8:5,6,7

Acho que já deu para perceber que não se trata de um adultério e sim de uma prostituta que foi encontrada com um homem casado (sarcasmo). Pergunto: quem foi pego em adultério? Onde está o homem nessa historia? O certo não seria: “pela lei de Moisés o casal que for encontrado em adultério deverá ser apedrejado”?

Não concordo com o apedrejamento, só quis ousar em corrigir essa passagem bíblica, a qual considero ter sido modifica pela igreja, por se tratar de uma organização criada e comandada por homens.

Alex Alves

Fonte dos dados IBGE: http://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2012/11/28/numero-de-mulheres-chefes-de-familia-cresce-mais-do-que-quatro-vezes-segundo-ibge.htm
Foto: http://ideiasembalsamadas.blogspot.com.br/2012/12/religiao-machismo-e-hipocrisia.html