segunda-feira, 5 de agosto de 2013

Tópicos sobre o surgimento da antropologia científica


Tópicos sobre o surgimento da antropologia cientifica

“Os antropólogos evolucionistas tratam de explicar os processos e mecanismos através dos quais se desenvolveram a espécie humana e a sua cultura”

Um dos mais importantes é Lamarck (1744-1829). Segundo ele, a evolução envolve um processo universal, o qual se dá de uma forma irregular, pois depende das circunstancias de diferentes formas. Todavia, na organização animal também ocorrem degradação e simplificação. Estas não agem diretamente sobre as organizações e sim sobre os hábitos que correspondem na forma de vida e adequação diante das necessidades à sobrevivência. Ou seja, as necessidades de adaptação fizeram com que alguns órgãos do corpo, se adaptassem a uma nova necessidade ou entrassem em desuso. O isolamento em determinadas regiões do planeta por milhões de anos fez com que houvesse mudanças nas características físicas da espécie humana; cor da pele, cabelos, lábios, olhos, nariz etc.

Lamarck cita três as causas das modificações:

A influência do meio ambiente;
O cruzamento das formas de vida existentes;
O uso ou desuso.

De acordo com o livro, a teoria de Lamarck se assemelha a da evolução das espécies de Charles Darwin (1809-1882). Segundo a teoria da evolução, os hominineos em determinado momento andavam de forma nodopedálica, e a competição fez com que os mais adaptáveis, conseguissem reagir melhor às necessidades causadas pela mudança no ambiente, dando continuidade a sua espécie. Desenvolvendo a bipedália houve a liberação das mãos, contribuindo para o arremesso de pedras e lanças e o consumo de carniça - rica em proteínas – fez com que aumentassem o cérebro, pois o mesmo necessita de muita energia. O consumo de frutos não era suficiente, todavia, se fazia necessário um grande consumo, enquanto que a proteína animal satisfazia com uma menor quantidade. Tudo isso foi fundamental para a sua sobrevivência. Trata-se da seleção natural de Darwin, que pode comparada as leis newtonianas, dada a sua importância para as ciências. Para provar a sua teoria da evolução Darwin faz uma analise das formas embrionárias dos mamíferos, demonstrando que o homem é como os demais animais vertebrados.

Charles Darwin classifica de modo que a na espécie humana:

Acha-se construída segundo o mesmo modelo geral;
Passam pelo mesmo desenvolvimento embrionário;
Conservam certos rudimentos comuns.

Essas semelhanças segundo ele, só pode vir justamente de um progenitor comum. Um ancestral no qual adviria todo o nosso parentesco. Existindo uma escala, na qual nos distanciamos dos grupos de animais considerados inferiores e nos aproximando dos primatas, o qual seria o grupo de maior afinidade. Os evolucionistas acreditam que a África é o continente donde se originou toda a humanidade, dada a distribuição geográfica da espécie humana e os vestígios encontrados pelos palentotólogos, antropólogos etc. Darwin faz uma comparação entre o homem e o animal que possa parecer mais evoluído, e enfatiza  a capacidade humana. O homem cria signos, transmite conhecimento, cultura, sentimento, arte etc. A capacidade de pensar e falar,  procurar os significados das coisas, pensar em um criador levou o homem de uma linguagem inarticulada para uma mais articulada.  O pensamento em um ser divino, criador, um ser mais elevado leva o homem de uma conduta instintiva a uma conduta moral. Para Darwin foi fundamental para o processo de convivência e sobrevivência dos grupos, todavia, primitivos e baseados em laços de parentesco.
Um dos pensadores mais significativos é Herbert Spencer (1820-1903), sua teoria de competição entre as sociedades, está de acordo com o pensamento de seleção natural de Darwin. Ele acredita que as sociedades funcionam como um organismo biológico, este pensador tem uma teoria funcionalista, tal que, todos os órgãos de um corpo biológico precisam uns dos outros. Lembra a solidariedade social orgânica de Durkheim, com a divisão do trabalho social, a interdependência que contribui para o desenvolvimento da sociedade. O autor do livro ainda cita a importância da adaptação ao meio ambiente como idéias chaves para o pensamento antropológico.

As fontes

O positivismo de Comte contribui para o pensamento positivista antropológico, todavia, estava sobe a contribuição da perspectiva iluminista do sec. XIX e religião não explicava mais as coisas. Um comentário de C. Lévi Strauss é importante: fala sobre Pascal e a teoria da humanidade ser igual a um ser vivo, e passar pelos três estágios de vida que são: “infância, adolescência e idade madura”. Para Comte, existiria três estados no qual passariam toda a humanidade: “Teológico, Metafísico e Positivo”. No qual, o ultimo seria o estado fundamental em relação ao conhecimento verdadeiro das coisas. Com o iluminismo o homem já não precisava de deus, obtiveram-se avanços de fundamental importância no campo das ciências e das artes, se estava à luz da evolução e do progresso. Acreditavas- se que o progresso  evoluiria de forma universal e ilimitado. “O plano mais elevado da sociedade seria a democracia no governo, a fraternidade na sociedade, a igualdade de direitos e privilégios e a educação universal”.

O positivismo de Auguste Comte

A. Comte acreditava que as sociedades estariam sujeitas as mesmas leis, a todos os fenômenos invariáveis que agem sobre a natureza, dessa forma, a ciência da sociedade poderia competir com as ciências naturais. Comte também sentia que o descobrimento das leis da organização social humana poderia ser usado para reconstruir a sociedade de uma forma mais sensível. O método de comparação utilizado por ele permitia analisar e comparar os estágios históricos da sociedade e suas semelhanças, e verificar as tendências, ou particularidades que favoreçam, ou seja, contraria ao processo de evolução da sociedade.

 Ao contrario dos filósofos do sec. XVIII, Comte não concebe o progresso como indefinido, mas como algo limitado e acabado após a consecução do terceiro estado positivo. Entretanto, exatamente como aqueles, admite a extensão da lei dos três estados a toda a humanidade, ou seja, crê na unidade psíquica do gênero humano, o principio de que o homem é o mesmo em toda parte em todos os tempos.

O positivismo comteano, contribuiu de forma eficaz apara a antropologia social, fundamentando os princípios universais nas relações que existem entre os fenômenos históricos e naturais, foi fundamental para a antropologia social, pois não só levaria em conta a evolução biológica como também a evolução histórica.

Alex Alves

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