domingo, 24 de julho de 2022

PEGA ESSE PASSINHO


"Quanto mais nos elevamos, menores parecemos aos olhos daqueles que não sabem voar".

Friedrich Nietzsche

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terça-feira, 19 de julho de 2022

Motivação Diária

quinta-feira, 16 de junho de 2022

O que te motiva?


 

Você acredita em bruxas?


 

sexta-feira, 14 de maio de 2021

A EXPERIÊNCIA DE HAWTHORNE

 

          

Primordialmente, a intenção de Elton Mayo[1] era a de achar alguma relação entre a produtividade e as condições físicas dos funcionários. Em princípio foram divididos dois grupos distintos de pessoas, separados por uma divisória, criando dois ambientes idênticos, com a iluminação controlada por um observador. Na medida em que se diminuía a iluminação das luzes de um dos dois lados o grupo diminuía a sua intensidade de trabalho, e quando aumentava a claridade, também se aumentava o ritmo de trabalho. Mayo percebeu que isso acontecia por fatores psicológicos e não por condições físicas, o grupo acreditava estar sendo mais intensamente observado quando se aumentava a luz e menos observado quando se diminuía. Esse fato caracterizou a primeira fase da experiência de Hawthorne.

 

Em 1927, o Conselho Nacional de Pesquisas iniciou uma experiência na fábrica de Hawthorne da Western Electric Company, situada em Chicago, para avaliar a correlação entre iluminação e eficiência dos operários, medida por meio da produção. A experiência foi coordenada por Elton Mayo, e estendeu-se à fadiga, aos acidentes no trabalho, à rotatividade do pessoal (turnover) e ao efeito das condições de trabalho sobre a produtividade do pessoal. (CHIAVENATO, 2003, p. 103).

 

Na segunda fase da experiência foram colocados dois grupos de moças num ambiente, separado dos demais operários da fábrica, esse grupo tinha uma supervisão com menos pressão sobre os funcionários, e os supervisores funcionavam como orientadores, as pessoas podiam conversar, rir e tinham alguns minutos de intervalos por dia.


Cinco moças montavam os relês, enquanto uma sexta operária fornecia as peças para abastecer o trabalho. A sala de provas era separada do departamento (onde estava o grupo de controle) por uma divisão de madeira. O equipamento de trabalho era idêntico ao utilizado no departamento, apenas incluindo um plano inclinado com um contador de peças que marcava a produção em fita perfurada. A produção foi o índice de comparação entre o grupo experimental (sujeito a mudanças nas condições de trabalho) e o grupo de controle (trabalho em condições constantes). O grupo experimental tinha um supervisor, como no grupo de controle, além de um observador que permanecia na sala e observava o trabalho e assegurava o espírito de cooperação das moças. Elas foram convidadas para participar na pesquisa e esclarecidas quanto aos seus objetivos: determinar o efeito de certas mudanças nas condições de trabalho (períodos de descanso, lanches, redução no horário de trabalho etc.). Eram informadas a respeito dos resultados e as modificações eram antes submetidas a sua aprovação. Insistia-se para que trabalhassem dentro do normal e que ficassem à vontade no trabalho. (CHIAVENATO, 2003, p. 103).

 

O comportamento desse grupo experimental coloca em xeque a teoria cientifica e clássica da administração, pois, querendo mostrar a sua satisfação o grupo passou a produzir mais. Com isso, Mayo percebeu que as condições físicas das pessoas não eram o fator principal para o aumento na produção, mas as pessoas em geral são motivadas por expectativas grupais, psicológicas e sociais e é nesse contesto que acredito, o das expectativas por reconhecimento e respeito no trabalho, que se possa atuar, contudo, não sendo desonesto para se obter um resultado especifico, mas, sendo justo e honesto respeitando o funcionário tratando-o com respeito e cordialidade.


A experiência da sala de montagem de relés trouxe as seguintes conclusões: as moças gostavam de trabalhar na sala de provas porque era divertido e a supervisão branda (ao contrário da supervisão de controle rígido na sala de montagem) permitia trabalhar com liberdade e menor ansiedade; havia um ambiente amistoso e sem pressões, no qual a conversa era permitida, o que aumentava a satisfação no trabalho; não havia temor ao supervisor, pois esse funcionava como orientador; houve um desenvolvimento social do grupo experimental. As moças faziam amizades entre si e tornaram-se uma equipe; o grupo desenvolveu objetivos comuns, como o de aumentar o ritmo de produção, embora fosse solicitado a trabalhar normalmente. (CHIAVENATO, 2003, p. 104).

 A produtividade aumentou nessa fase sem que fosse preciso criar um plano salarial como fator motivacional para atender algum tipo de demanda. Percebesse que os trabalhadores também têm as suas demandas por boas condições de trabalho e a condição de poder opinar e poder influenciar na melhoria do modo de trabalho gera, de certa forma, uma situação de reconhecimento da sua capacidade intelectual e social de modificação que, acredito, também está relacionado ao prestigio no trabalho.

Na terceira fase da experiência de Hawthorne, preocupados com o comportamento e atitudes diferentes entre as moças do grupo experimental e as do grupo de controle, os pesquisadores abriram mão do escopo inicial de averiguar as condições físicas de trabalho e passaram a dar mais atenção no estudo das relações humanas no trabalho.


Verificaram que, no grupo de controle, as moças consideravam humilhante a supervisão vigilante e constrangedora. Apesar de sua política pessoal aberta, a empresa pouco ou nada sabia acerca dos fatores determinantes das atitudes das operárias em relação à supervisão, aos equipamentos de trabalho e à própria organização. (CHIAVENATO, 2003, p. 104).

 

            Em 1928 é dado o início a um programa de entrevistas, Interviewing Program, para conhecer as atitudes e sentimentos dos operários e entender a sua opinião em relação ao tratamento que recebiam no seu trabalho, como também escutar sugestões a respeito do treinamento dos supervisores. “Adotou-se a técnica da entrevista não-diretiva, que permitia que os operários falassem livremente, sem que o entrevistador desviasse o assunto ou tentasse impor um roteiro prévio. ”, (CHIAVENATO, 2003, p. 105).

            Contudo, passa a acontecer na empresa um certo tipo de organização informal[2], por parte dos funcionários, que faz com que os operários se mantenham unidos por laços de lealdade, ou seja, uma lealdade comum dividida entre eles que molda e determina o comportamento de todos. Os trabalhadores passam a regular, de certa forma, a produção diária, diminuindo ou acelerando a produção. Alguns trabalhadores se sentem divididos entre a empresa e a lealdade ao grupo, e isso gera conflito, tensão, inquietação e descontentamento entre eles.

Para estudar esse fenômeno, os pesquisadores desenvolveram uma quarta fase da experiência de Hawthorne. Foi escolhido um grupo experimental para trabalhar em uma sala especial com condições de trabalho idênticas às do departamento. Um observador ficava dentro da sala e um entrevistador do lado de fora entrevistava o grupo.

 

Assim que se familiarizou com o grupo experimental, o observador pôde constatar que os operários dentro da sala usavam várias artimanhas -logo que os operários montavam o que julgavam ser a sua produção normal, reduziam seu ritmo de trabalho. Os operários passaram a apresentar certa uniformidade de sentimentos e solidariedade grupal. O grupo desenvolveu métodos para assegurar suas atitudes, considerando delator o membro que prejudicasse algum companheiro e pressionando os mais rápidos para "estabilizarem" sua produção por meio de punições simbólicas. Essa quarta fase permitiu o estudo das relações entre a organização informal dos empregados e a organização formal da fábrica. (CHIAVENATO, 2003, p. 105).

 

O interessante é que essa questão de o grupo desenvolver uma relação de controle uns sobre os outros, para aumentar ou diminuir o ritmo de trabalho, é como se fosse um fato social, os indivíduos para não sofrerem sanções agem de acordo com a maioria para não serem excluídos do grupo. Mesmo que um funcionário queira trabalhar mais depressa, quem vai determinar o ritmo é o grupo.


Os operários preferiram produzir menos - e ganhar menos - a pôr em risco suas relações amistosas com os colegas. Cada grupo social desenvolve crenças e expectativas em relação à Administração. Essas crenças e expectativas - sejam reais ou imaginárias - influem nas atitudes e nas normas e padrões de comportamento que o grupo define como aceitáveis. As pessoas são avaliadas pelo grupo em relação a essas normas e padrões de comportamento: são bons colegas se seu comportamento se ajusta a suas normas e padrões de comportamento ou são péssimos colegas se o comportamento se afasta delas. (CHIAVENATO, 2003, p. 105).

 Isso comprova que o aumento ou diminuição da produção não está totalmente relacionado ao fator econômico, mas, o indivíduo se apoia no comportamento do grupo.

A Experiência de Hawthorne foi suspensa em 1932 por motivos financeiros. Sua influência sobre a teoria administrativa foi fundamental, abalando os princípios básicos da Teoria Clássica então dominante.

 Embora pareça uma coisa obvia a importância de o fato das relações humanas no trabalho ser uma coisa fundamental para influenciar na produção, poucos gestores se abstêm a tomar esse tipo de atitude e acham normal utilizar o método antigo de gestão por cobrança e pressão, pois, não se utilizando de tais métodos, subjetivamente, se mantém certo tipo de status quo, e estratificação no trabalho. O trabalhador, acredito, tem que se sentir desafiado a encontrar novas alternativas de melhoria e se sentir participativo no processo do trabalho diariamente. A questão da produção no trabalho não é proporcional a quantidade de pessoas.

 



[1]      Mayo conduzira uma pesquisa em uma indústria têxtil com elevadíssima rotatividade de pessoal, algo em torno de 250% ao ano e que havia tentado inutilmente vários esquemas de incentivos salariais. (CHIAVENATO, 2003, p. 102).

           [2]      O Programa de Entrevista revelou a existência da organização informal dos operários afim de se protegerem contra o que percebiam como ameaças da Administração. Essa organização informal manifesta-se por meio de: a. padrões de produção que os operários julgam ser a produção normal que deveriam ter e que não eram ultrapassados por nenhum deles; b. práticas não-formalizadas de punição social que o grupo aplica aos operários que excedem os padrões e são considerados sabotadores; c. expressões que fazem transparecer a insatisfação quanto aos resultados do sistema de pagamentos de incentivos por produção; d. liderança informal de alguns operários que mantem o grupo unido e asseguram o respeito pelas regras de conduta; e. contentamentos e descontentamentos em relação às atitudes dos superiores a respeito do comportamento dos operários. (CHIAVENATO, 2003, p. 105).

segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Por quê estamos sempre vigiando a atitude do outro?

       
Tendo como fundamentação teórica a teoria do funcionalismo Durkheimiano, acredita-se que a sociedade funciona como um corpo, um organismo, e que  o bom funcionamento de todo corpo dependerá da integração e coesão de suas partes. Assim como órgãos de um corpo, acredita-se que a sociedade é composta por partes integrantes que se complementam, e essas partes funcionam como organismos independentes e interdependentes e, como todo organismo tem o seu sistema de defesa natural, poder-se-ia dizer que a sociedade, sendo um organismo, também tem a capacidade de criar os seus próprios anticorpos.
Anticorpos são glicoproteínas, também chamadas de imunoglobulinas, que possuem como principal função garantir a defesa do organismo. Essas glicoproteínas de defesa atuam de diferentes formas para evitar que uma partícula invasora cause danos à saúde. (SANTOS, 2020).
            Qualquer conduta desviante à coerção impostas pelos fatos sociais pode ser corrigida pelos atores sociais como forma de se manter o bom funcionamento do corpo social. O que é um fato social?
Trata-se de máximas puramente morais? A consciência pública contém todo ato que a ofende por meio da vigilância que ela exerce sobre a conduta dos cidadãos e as penas especiais das quais dispõe. Em outros casos, a repreensão é menos violenta; [porém], ela não deixa de existir. Se eu não me submeto às convenções do mundo, se, ao me vestir, eu não dou a mínima atenção aos costumes de meu país ou de minha classe, o riso que provoco, a alienação a que me  submetem, produzem, mesmo que de maneira atenuada, os mesmos efeitos de uma pena propriamente dita. (DURKHEIM, 2012, p. 32).
Precisamos entender como as características de vigilância e punição analisadas pelo sociólogo e filósofo Michel Foucault se complementam com o pensamento Durkheimiano. Foucault é um sociólogo francês que desenvolveu analises importantes sobre a sexualidade, o surgimento das prisões e dos manicômios, e sobre as características que o poder exerce na sociedade e a sua ação sobre os corpos. Para  Foucault (2012), o principal alvo  de ação do poder é o corpo.
Em relação a vigilância e punição, podemos partir do conceito do panopticismo. O panoptico.
Foucault aponta que “Nos anos de 1830, o Panoptico se tornou o programa arquitetônico da maioria dos projetos de prisão”. (1979:249) e que outras instituições além da prisão adotaram suas disposições arquitetônicas para uma ampla variedade de propósitos. Como exemplo desta adoção, Foucault detalha todas as características panópticas da arquitetura do manicômio no início do século XIX, demostrando  que a arquitetura  panóptica do edifício manicomial foi interpretada como a própria cura para a loucura (2006ª: 102-107). Esta aquisição transinstitucional das disposições arquitetônicas do panoptico intensificou a disseminação do poder disciplinar. (HOFFMAN, 2018, p. 51).
Henry Louis Mencken ironiza a respeito do bom senso e da consciência das pessoas, ele diz: “A consciência é uma voz interna que avisa quando alguém está me olhando”, e esse é sempre um conceito atual, pois, nos mostra que o conceito do “panopticismo/vigilância” ainda está constante nas instituições, sejam, públicas, privadas ou o olhar do outro sobre nós, pois molda o comportamento dos nossos corpos. Segundo esse ditado quando não estamos nos sentindo observados cometemos algumas infrações como, ultrapassar um sinal vermelho, jogar lixo no chão, fazemos coisas entre quatro paredes, e dizemos o que não diríamos, ou faríamos em público. Só que de acordo com uma das teorias Bourdieusiana, o habitus, mesmo quando não estamos diante de alguém continuamos com certos comportamentos, por que, naturalmente, internalizamos as características da normatividade. Na visão de Foucault, docilizamos o nosso comportamento colocando o desvio sob pena de punição, que, no caso, não necessariamente vai ferir o corpo, mas também pode ser uma punição simbólica.
[...] entre as muitas lições do panopticismo está a de que o poder que parece focado em um indivíduo está de fato “distribuído” por toda a estrutura, de modo que cada indivíduo é simultaneamente “objeto” e “sujeito” desse poder: o prisioneiro é “vigiado”, mas está sendo treinado para vigiar a sim mesmo, para ser o seu próprio inspetor. (HOFFMAN, 2018, p. 80).
O modo como os meninos e as meninas devem sentar, andar, se expressar etc. são predeterminados por ocasião das instituições que disciplinam e tornam comuns determinados tipos de caráter, tipificação ou conduta institucionalizada. Entenda-se aqui instituição por, família, escola, igreja, policia etc.
A normatividade[1] pode ter um caráter fim ou ser o meio para se executar uma determinada ação. “Uma norma é uma descrição verbal do curso concreto da ação assim considerada desejável, combinada com uma injunção para fazer com que certas ações futuras estejam de acordo com esse curso”. (PARSONS, 2010, p. 113).
A sociedade é composta de normas e valores os quais necessariamente devem ser respeitadas, e essa normatividade constituem as leis e a ordem necessárias para que a sociedade se mantenha coesa, e também influenciam na cultura de cada uma delas.
Pois bem, de acordo com a teoria dos fatos sociais de Durkheim e a teoria de vigilância e punição de Michel Foucault, se os fatos sociais são considerados predeterminantes da ação dos atores sociais a vigilância constante dos indivíduos uns sobre os outros, como afirma Foucault, podem ser considerado o que coage os atores a não transgredir as normas, como uma espécie de anticorpos do grande e extenso corpo social que atuam para manter a estabilidade social.
A fim de evitar que o desvio se dilua num oceano de diferenças, deve-se atentar para a norma: o desvio é falta de obediência social. Mesmo arriscando a confusão de uma categoria da não conformidade com outra, um desvio é punível, enquanto que, uma simples diferença não o é (ela pode consistir em um meio de distinção social, frequentemente é causa de exclusão a um status social menos valorizado). (ROBERT, 2011, p. 47).
Podemos observar a questão da conservação da normatividade em escalas, micro ou macro social. Pois, a conservação e a vigilância das normas não acontecem somente nos grupos de grande escala, podemos imaginar um grupo pequeno, de três pessoas, que tem preferência por algum tipo de  estilo musical, o rock, por exemplo. Pode ser definido uma saudação comum, um tipo de gesto para que os integrantes se identifiquem, uma cor que os defina, um estilo de roupa etc. e essa tipificação institucionalizada pelo grupo vai ser passível de vigilância por todos os integrantes do grupo, qualquer desvio é passível de punição para que as partes do grupo se mantenham coesas. É sempre feita uma manutenção como forma de vigilância e punição apara corrigir os infratores, nas quais, posteriormente podem vir as sanções. Existem dois processos de aprendizado e de consolidação da experiencia que reforçam as tipificações, o processo de sedimentação e tradição. Como se fosse uma ritualização, que cria padrões a serem seguidos.
Sedimentação e tradição – Somente uma pequena parte das experiencias humanas são retidas na consciência. As experiencias que ficam assim retidas são sedimentadas, isto é, consolidam-se na lembrança como entidades reconhecíveis e capazes de serem lembradas. (BERGER ,Peter L.. 2014, p. 92).
          Esse processo de sedimentação facilita a leitura dos acontecimentos na sociedade. Dessa forma eu posso pressupor que um policial está cumprindo o seu papel ao abordar um infrator de alguma norma social, inclusive, a leitura que será feita será a de que a policia está cumprindo o seu papel, “abordando um marginal”. As pessoas que não andam no mesmo sentido das normas sociais são colocadas à margem da sociedade. O processo de sedimentação e tradição facilitará a leitura dos acontecimentos e das tipificações e dar um nome ao que está acontecendo.
Papeis – Isto implica entre indivíduos, que o primeiro tem em comum com os outros finalidades especificas e fases entrelaçadas de desempenho e, ainda mais, que são tipificadas não apenas ações especificas, mas também, formas de ação. (BERGER ,Peter L.. 2014, p. 97).
Todos os indivíduos exercem vários tipos de papeis durante a vida, existe o papel principal, que vai ser predominante e os papeis secundários. O indivíduo pode ser: pai e ao mesmo tempo filho, pode ser professor e aluno em outra instituição, pode ser um policial ou um religioso de renome, e em cada caso ele vai ter que atuar de acordo com o papel que estiver exercendo no momento. Para que a sua atuação seja legitimada pelo reconhecimento do outro, segundo Goffman[2], ele tem que ser convincente e se esforçar para que o outro acredite na sua interpretação. Outra forma de delimitar o comportamento das pessoas é o determinando o comportamento baseando nas tradições é na religião. Presume-se que um grande percentual  de pessoas, em todo o mundo, professam algum tipo de religião e, em algum momento, antes da criação das leis a normatividade foi predeterminada pela religião, e se considerarmos a religião cristã, pode ter nascido aqui o primeiro e mais eficiente sistema de vigilância e punição, pois, dada a onisciência, onipotência e a onipresença da divindade, não tem como cometer um crime e se esconder, ou omitir a intenção pois Jeová saberá da intenção bem antes que se cometa o delito e mesmo que se cometa e o indivíduo consiga fugir, ninguém consegue se esconder de Deus. Aqui não tem a necessidade de câmeras ou panoptico para inibir a infração pois isso já está do lado de dentro de nossas “cabeças”. Como “o prisioneiro que é “vigiado”, mas está sendo treinado para vigiar a sim mesmo, para ser o seu próprio inspetor”.
Grande parte da população mundial apresenta-se filiada a algum tipo de religião. Michel Malherbe, em seu livro les religions de I’humanite, fornece-nos preciosos índices da distribuição de correntes religiosas no mundo. Ele apresenta, à página 44, a seguinte distribuição populacional: ateus, 29%, cristãos, 28%, islamitas, 18%, hindus, 15%, budistas, 05%, seguidores de outra religião, 05%. Podemos concluir que mais de 70% da população mundial segue algum tipo de religião. Os 29% rotulados ateus não foram estudados e pesquisados por esse autor com a finalidade de verificar onde são investidos os mecanismos e as funções encontrados na religião, tais como: a omnipotência, o sagrado, e o profano, o divino, os rituais etc. (AMARO, 2003, p. 69).
      A religião é uma coisa que está fortemente ligada à cultura das sociedades, nas quais estão inseridas, e “coincidentemente” sempre relacionadas a alguns mitos e símbolos. 
E, na história da humanidade, não há registro em qualquer estudo por parte da História, Antropologia, Sociologia ou qualquer outra ciência social, de um agrupamento humano em qualquer época que não tenha professado algum tipo de crença religiosa. As religiões são, então, um fenômeno inerente à cultura humana, assim como as artes e técnicas. (MOREIRA, 2008; Pg. 249).
Teoricamente, baseado na grande quantidade de grupos nos quais vivemos e estamos imersos, entende-se que também estamos sempre atuando como vigilantes uns dos outros reprovando ou confirmando a atitude do outro. “Menino veste azul, menina veste rosa...”, “homem não casa com homem nem mulher com mulher...”, “roqueiro tem que odiar pagode...”, “evangélico não pode ler livros seculares...”, “gays não podem demonstrar afeto em público”... etc.
       Um teórico importante e pertinente é Antony Giddens teórico da teoria da estruturação. As instituições e as normas são estruturadoras das ações dos indivíduos e os mesmos, ao agirem de acordo com as normas estão estruturando a estrutura. Reforçando as normas as quais estão se sujeitos.
Nessa perspectiva a anomia poderia ser uma doença social?


BIBLIOGRAFIA

AMARO, J. W. (2003). Temas essenciais. São Paulo: Lemos Editorial.

PETER L. BERGER, T. L. (2014). A Construção Social da Realidade. Rio de Janeiro: Vozes.
DURKHEIM, É. (2012). As regras do metodo sociologico (1ª ed.). (W. Solon, Trad.) São Paulo - SP: EDIPRO.

FOUCAULT, M. (2012). Vigiar e Punir. Petropolis - RJ: VOZES.

GOFFMAN, E. (1985). A representação do eu na vida cotidiana. (M. C. Raposo, Trad.) Petrópolis: VOZES.

GUERREIRO, E. (03 de Janeiro de 2008). A IDEIA DE MORTE – do medo à libertação. Algarve, Portugal. Acesso em 2020, disponível em http://www.scielo.mec.pt/pdf/dia/v28n2/v28n2a12.pdf.

HOFFMAN, M. (2018). Michel Foucault: Conceitos Fundamentais. (D. TAYLOR, Ed., & F. Creder, Trad,) Petropolis: Vozes.
MERTON, R. K. (1970). Sociologia: Teoria e estrutura. Belo Horizonte: MESTRE JOU.
MOREIRA, A. (03 de Janeiro de 2008). A religião como Fenomeno Propulsor da Ecocultura. São Leopoldo, RS, Brasil. Fonte: http://www.anais.est.edu.br/index.php/congresso/article/viewFile/5/20.

ROBERT, P. (2011). Sociologia do crime. Petropolis - RJ: VOZES.

SANTOS, Vanessa Sardinha Dos. "O que é anticorpo?"; Brasil Escola. Disponível em: https://brasilescola.uol.com.br/o-que-e/biologia/o-que-e-anticorpo.htm. Acesso em 10 de janeiro de 2020.




[1] Teoria do desvio; MERTON, R. K. (1970), Merton faz uma abordagem sobre a tensão entre a normatividade e a cultura. Para ele, culturalmente as pessoas buscam o sucesso financeiro como forma de ser bem sucedido na sociedade só que essa necessidade do sucesso esbarra nas normas e na legalidade. Se o indivíduo não respeitar as leis e tentar ficar rico cometendo atos ilegais, como vender drogas, tráfico de armas etc. vai ser punido pelo sistema penal de tal sociedade. A cultura vai esbarrar na normatividade, contudo, há alguns casos de indivíduos que não se incomodam da origem da riqueza de determinadas pessoas e dão mais valor a cultura desconsiderando o valor da normatividade. Não se sentirá constrangido em posar ao lado de algum criminoso em uma foto, por exemplo. Com a exceção desses casos, A cultura tem fortemente influencia no comportamento das pessoas. O fato de não se preocupar com as normas da sociedade é caracterizado como “anomia”, ausência de normas.
[2] (GOFFMAN, 1985), (A representação do eu na vida cotidiana).

quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

Tristeza e esperança do nordestino


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Quando o sorriso aflora no rosto triste
A dor vai embora, o tempo muda
São lágrimas e pranto pedindo ajuda
Pelo sonho que não desiste
A dor que é aguda, mantém a angústia
Da dor no peito que que ainda existe

O frio da timidez na face
A responsabilidade do pão
De porta em porta a pedir uma profissão
Traz até um saudosismo, faz partir o coração
No tempo que tinha amigos, tinha fartura e tinha vivido
No seu sitio o seu quinhão

A individualidade predomina
Perturba as lagrimas de quem chora
Quem sente fome quer agora
O capitalismo é quem domina
Para um trabalhador jogado fora
Uma ocupação é o que anima

Não ser letrado é um castigo
Não nasci rico meu patrão
A humildade carrego comigo
Mas tenho fé que um dia fico
Com a fé de nosso senhor jesus cristo
Que trago no coração

Nascer pobre foi minha sina
O estudo o trabalho me roubou
Mas eu juro que um dia vou
Como toda panela tem sua tampa
Um passarinho que ainda canta
Ver um filho meu ser doutor

Alex Araújo

domingo, 18 de outubro de 2015

O tempo


A partir do momento em que determinamos algo para mensurar o tempo
passamos a viver no passado.
O presente não existe mais, ou já passou.
Dura pouco tempo, frações de segundo e algo aconteceu.
Estamos sempre surfando nas ondas do tempo.

O tempo não para; o que eu disse há pouco tempo já passou.
posso colocar as minhas idéias e trajetória num espaço intervalar de tempo, 
mas continua no passado, por exemplo, apesar de alguém estar lendo, eu já o escrevi.
O tempo está em constante movimento

O tempo é traiçoeiro para os apaixonados
Estou falando daquele minuto de tempo que se espera para reencontrar o "Amor",
É tão rápido que enche o coração de tristeza
E de esperança de ter mais um minuto para se encontrar

Maldito amor que nos faz contar as horas...
Maldita dor que nos faz olhar o tempo.

A vida afastou você de mim e o tempo a trará de volta
Apesar de que o meu coração vivia no passado!
Agora só espero que o tempo seja rápido
E nos aproxime decididamente.

Enquanto o tempo passa
Eu me perco com o tempo
Passeio nos pensamentos dos tempos vividos
Quando estava com você, e tão pouco tempo.
Mas o suficiente para saber, que
Mesmo distante o tempo não ia me fazer esquecer de você

O que eu disse é passado
Mas está presente em minha mente
Há coisas que nem o tempo faz esquecer
E eu só preciso de mais um tempo
Para terminar o meu tempo com você

Para Iana Oliveira.

Alex Alves

terça-feira, 3 de junho de 2014

Fé (Documentário)

sábado, 17 de maio de 2014

O universo de “indivíduos” num mundo de “pessoas”

“Jesus ama o pecador, mas aborrece o pecado”. Eu porem poderia dizer que admiro as religiões, no entanto, odeio o fanatismo religioso.
As religiões fazem parte das culturas da humanidade, as quais devem ser respeitadas todas elas. As convicções religiosas das pessoas muitas vezes as levam a cometerem injustiças, tendo em vista que os seus dogmas, as suas crenças, mitos e ritos se consideram exclusivamente verdadeiros e inquestionáveis. 
Platão atribuía aos demônios a sua inteligência, santos Agostinho na idade media atribuiu aos demônios a idéia de seres malignos. Existia uma crença de que os demônios desciam do céu e se relacionavam sexualmente com os humanos e que do fruto desse relacionamento nasciam às bruxas, esse fato foi motivo de muitas mortes causadas pela igreja católica na idade media. Quando na verdade o interesse era econômico, pois as terras e os bens da suposta bruxa eram confiscado pelo Estado/Igreja; a suposta bruxa não tinha o direito de justificar sua inocência e conseqüentemente era queimada na fogueira. Quem ousar-se interferir seria queimado junto com ela. O interessante nessa historia é que não se ver ou pouco se fala em possíveis bruxos ou caça aos bruxos. Refletindo uma dominação machista a qual sempre dava proteção aos homens.
Uma questão singular levantada por Adorno e Horkheimer no livro A dialética do Esclarecimento, é que o iluminismo liberta o homem dos mitos, lendas e crendices nas divindades. Todavia, deveríamos evoluir, por ocasião do conhecimento, no entanto, a espécie humana está se afundando numa barbárie. Qual foi o bem que trouxe a ciência? Todo o desenrolar do processo de esclarecimento se dá com base no medo do homem do desconhecido e de sua tentativa de auto-conservação e de sobrevivência (o medo da morte).
Não quero invalidar as religiões, até acredito que tentar invalidar uma idéia ou conceito religioso confiando unicamente na ciência, é tão absurdo quanto levantar um conceito baseado unicamente por ela, todavia, a ciência é feita de acerto e erro. 
A teoria da relatividade geral, que Einstein desenvolveu nos Estados Unidos, um dos dois pilares da física moderna, hoje só serve como um clássico. Os jovens de hoje utilizam uma ciência mais avançada, e assim será daqui por diante por causa da evolução na tecnologia. 
A ciência não foi criada por nenhum homem, e sim, interpretada por eles. As coisas que estavam ocultas foram trazidas a tona, ao conhecimento deles. 
Outro fato importante é que a Bíblia está cheia de alegorias e metáforas e, foi distorcida por vários séculos para reforçar e satisfazer a vontade de vários Reis, dos quais, dois deles: Henrique VIII e o rei James da Inglaterra em 1611. Outros textos da Bíblia se perderam ou foram completados pelos gregos; por isso algumas divergências nos livros do novo testamento. Lucas e Mateus, por exemplo, tem diferentes lugares do nascimento de Cristo. Um é numa casa e no outro numa manjedoura. Ou em João 7:8 que fala sobre a mulher pega em adultério.
Para muitos a passagem se dá com a intenção de prender Jesus, pois, nesse caso só haveria uma resposta ao julgamento imposto: apedrejar ou liberar a mulher. Se apedrejasse Jesus estaria indo contra o que ele pregava (o perdão), e se liberassem estaria indo contra as leis de Moisés. Como todos já sabemos como termina, eu quero levantar um olhar para outra perspectiva. Para alguns estudiosos da Bíblia essa passagem não existia no original e foi acrescentada pelo rei James, todavia, “era moda” na idade média alguns reis modificarem para que fossem justificadas algumas atrocidades. Trouxeram somente a mulher e não o homem fazendo transparecer o machismo da época.
A maldição de Can em Gêneses 9:22 justificava a escravidão dos negros nos Estados Unidos, ele seria o pai da nação africana quando na verdade foi Canaã amaldiçoado. Os fugitivos da Inglaterra levaram a Bíblia do rei James para os Estados Unidos da America.
É perigoso usar a Bíblia como prova de qualquer coisa, todavia, por causa da sua maleabilidade, pode ser adaptada a qualquer contexto.
Conhecereis a verdade e a verdade vos libertará. “Não alcançamos a liberdade buscando a liberdade, mas sim a verdade. A liberdade não é um fim, mas uma conseqüência”. (Leon Tolstoi)

Alex Alves


Bibliografia

Cemin, Arneide. Labirinto - Centro de Estudos do Imaginário. http://www.cei.unir.br/nota2.html (acesso em 12 de 09 de 2013).
Chalmers, Alan F. O que é Ciência, Afinal? São Paulo: Brasiliense, 1993.
ELIADE, Mircela. Tratado de Historia das Religiões. 1970.
Horkheimer, Max & Adorno, Theodor W. A Dialetica do Esclarecimento: Fragmentos filosóficos. Rio de Janeiro: Zahar, 1985.
SAGAN, Carl. O mundo asombrado pelos demônios. São Paulo: Compahia das Letras, 1996.
Santos, José Luiz do. O que é cultura. São paulo: Brasiliense, 2006.
WACH, Joachim. Sociologia da Religião. São Paulo: Paulinas, 1990.
Imagem da internet: http://imagensbiblicas.wordpress.com/2008/07/29/quem-nao-tiver-pecado-atire-a-primeira-pedra/





quinta-feira, 15 de maio de 2014

Caos em Pernambuco - saques e clima de guerra, Abreu e Lima em Pernambuc...

“A Polícia e o Exército são considerados aparelhos repressivos, usados pelo Estado, para impor a ideologia dominante”. Quando eu escutar isso daqui p/ frente vou lembrar-me desses dias horríveis, de saques e desordem que presenciei esta semana 14 e 15 de maio de 2014, e refletir se realmente não são indispensáveis, pelo menos para manter o cumprimento das normas sociais. Quantos supostos “pais de famílias”, “estudantes” e em geral “pessoas de bem” aproveitaram um momento de fragilidade na segurança pública para agirem de forma a qual só prevalecia o pensamento individual, a ganância, a corrupção? Tem um ditado que diz: “A ocasião faz o ladrão”.
Será que podemos cobrar por um país mais justo, menos corrupto e mais educação se na primeira oportunidade acontece uma coisa dessas. E esses, os próprios PMs, serão os que vão descer o pau nos manifestantes na copa! 
Nesse caso um precisa do outro...?

sábado, 1 de março de 2014

Richard Dawkins Ensinando Evolução Para Alunos Religiosos.

A ciência não aceita a teoria da criação religiosa, a qual conhecemos por fixismo. Essa teoria diz que as coisas foram criadas e permanecem do mesmo jeito desde o começo, há milhões de anos. A ciência não concorda com o mito da criação, religiosa cristã, pois o mesmo é um texto cheio de alegorias, e algumas coisas tem um sentido muito figurado, o qual não podem ser interpretado no seu sentido literal. Todavia, remete uma simbologia maligna a alguns animais e, a um especial, o qual foi o causador da expulsão do homem do paraíso tentando Eva; e que possivelmente Eva teria saído da costela de Adão. A religião cristã diz que Deus criou o homem do pó da terra soprando em suas narinas dando o fôlego da vida, e que o mesmo veio do pó e ao pó voltará. A religião também diz que existem criaturas aladas que vivem no ar e que são invisíveis aos nossos olhos, e essas criaturas foram expulsas do céu depois de travar uma grande  luta, e estão na terra tentando os homens e os levando a destruição; esses seres alados ficaram conhecidos por demônios, e foi um em especial quem tentou Eva no paraíso e conseqüentemente depois veio a queda do homem,  sendo expulsos dos jardins do Éden, Eva e Adão.
Uma das principais críticas à religião viria da teoria da evolução das espécies, levantada por Charles Darwin, a qual acredita e tem evidencias, de que a humanidade evoluiu de uma célula; e o processo de seleção natural fez com que ao longo dos tempos e devido a um sistema de competição natural, os mais adaptáveis perpetuassem a sua herança genética, permitindo que a geração seguinte herdasse os traços necessários para uma melhor adaptação no meio em que vive. Ainda, segundo a ciência, a espécie humana teria um antepassado primitivo que seria o elo entre o homem e os símios, o qual ficou bastante conhecido como “O elo perdido”.
Uma crítica muito interessante no vídeo foi de que algumas pessoas simplesmente acreditam na bíblia, porque foi esta a história que aprenderam desde pequenos e, acabam ignorando as evidencias descobertas pela ciência (fosseis, os movimentos das placas tectônicas etc.). A bíblia relata que a terra só teria sido criada há seis mil anos, e eis outro fato que é refutado pela ciência, e assim por diante, haverá uma serie de fatores que poderão ser contestados pela ciência.
            O século XIX trouxe a geologia criada pelo advogado,naturalista e geólogo escocês Sir Charles, o que fez com que fortalecesse ainda mais a ciência, evidenciando os fósseis e provando que as especies evoluíram, acabando de vez com a teoria fixista. A ciência não precisa mais da definição da bíblica para explicar os fenômenos; a ideia de Deus, Demônios, criação e divindades teriam sido refutadas pela ciência; segundo a ciência, a existência de tais fatos está no imaginário comum das pessoas, é o que diminui o medo da morte e dá esperança aos homens de suportar as dificuldades; no entanto, a ciência não é uma verdade inquestionável, pois, um dos pontos que podem ser observados é que a ciência é feita de acerto e erro. Titiev desenvolve a ideia de casualidade controlada, segundo ele à medida que o nível de conhecimento humano cresce sua crença e dependência no sobrenatural diminui, isso porque o homem passa a demonstrar controle sobre as causas de determinados efeitos, e assim o fenômeno investigado passa do domínio da religião para o da ciência.

Alex Araújo 

RELIGULOUS - Religiões (Legendado em Português - Completo HD)


Bill é um cético. Com bastante humor e irreverência ele apresenta questões relevantes para se pensar, nas quais, uma delas discute sobre a religião como sendo uma coisa prejudicial ao progresso da humanidade. Percebe-se que ele não tem a intenção de refutar as crenças, no entanto, como cético, busca provas que possam sustentar a fé e a crença das pessoas nas religiões e não suposições.
Maher começa seu documentário mostrando sua visão particular e, apesar de usar de opinião pessoal sobre o que acha das religiões, busca respostas eloqüentes, baseadas em provas tangíveis, algo irrefutável. Seu “produto”, como ele mesmo chama, é a dúvida, e as principais delas transcorrem a respeito da fé, riqueza, homossexualidade, milagres, holocausto, monoteísmo, evolucionismo, dentre outras.
            Através de dados históricos e científicos ele não ver uma sustentação lógica e firme nos argumentos levantados pelos religiosos durante as antevistas; e acha difícil que uma cobra tenha falado com Eva e consequentemente ela e Adão tenham sido expulsos do paraíso, ou qualquer idéia de criacionismo etc. Bill não entende como pessoas tão inteligentes possam acreditar em historias que ele considera absurdas, as quais ele compara aos contos infantis.
            Para ele não ter fé é uma questão de “luxo”, pois a partir do momento que um individuo esteja satisfeito com a sua vida, esse individuo não precisara da fé. Também há uma incompatibilidade entre o que está na bíblia e que é visto nos templos e seus lideres a respeito das riquezas,  assim como o monoteísmo se contradiz a quantidade de mini deuses levantados pela igreja. O que os fiéis chamam de milagres, para Bill não passam de meras coincidências.             Os dez mandamentos não parecem ser inteligentes o bastante para serem considerados tão importantes até os dias de hoje, pelo contrário, ele os considera repetitivos, incompletos e egoístas. Pala ele, o cristianismo não passa de um plagio de outras religiões antigas, nas quais uma criança nasce de uma virgem, faz milagres, morre e ao terceiro dia ressuscita.
            Bill entende que varias pessoas acreditam no Armagedom, e que será num local especifico, e consequentemente Deus destruirá o mundo, no entanto, quando essa passagem foi escrita o homem não dispunha de tanta tecnologia, com poder de destruição em massa como tem hoje. E que a humanidade já está destruindo o mundo usando de forma inconsciente os recursos naturais, ou seja, não se precisa mais ser Deus para destruir o mundo.
            Com todos estes argumentos não são encontrados dados científicos que contestem a veracidade das crenças nas religiões, e que as mesmas não passam de um ato compreensível do medo e insegurança em relação à morte e ao desconhecido.

Alex Araujo