terça-feira, 16 de julho de 2013

Existe Apartheid Social no Brasil?



Karl Marx indicava sobre as diferenças de classes impostas pelo capitalismo, que colocavam uma distância enorme entre os burgueses e o proletariado. A nossa sociedade é uma sociedade de classes, patriarcal, machista e racista, que vai tentar acentuar cada vez mais as diferenças atribuídas pelo capitalismo. A teoria do conflito de Karl Marx fala sobre os conflitos que existiram entre as classes de senhores e servos, patrões e empregados, ricos e pobres desde a sociedade mais antiga ate à contemporânea. 

O racismo no Brasil também coloca distinção entre as pessoas. Segundo as teorias do Conde de Gobineau, Merton e Lombroso a mistura das “raças” degeneraria a espécie humana. A “raça pura” ao se misturar com uma raça inferior perderia as suas qualidades: razão, inteligência, honestidade, amor, respeito etc. Todas essas qualidades que não são inatas ao ser humano, "teoria sem fundamentos". 
Gilberto Freyre dizia que sempre houve essa situação de senhor e servo na humanidade, e os homens no Brasil não estavam preocupados com os negros, pois a sua condição já era inferior e não se devia ter preocupação em relação a eles. Dessa forma existia uma situação de convivência sem conflitos, pois cada um aceitava a sua condição. Ao contrario de outros países, como os Estados Unidos onde era proibido o relacionamento entre brancos e negros, no Brasil se permitia o cruzamento de todas as raças, e dessa forma o Brasil se tornaria um país forte, por causa da união de todas elas existentes no país. 

Criou-se um mito de democracia racial, que chamava atenção de outros países, pois se acreditava que no Brasil existia a possibilidade de viver longe do racismo. Tudo isso foi um mito, pois na realidade a situação no Brasil não era de igualdade entre os brancos e negros, o que acontecia na verdade no relacionamento era certo tipo de abuso entre o senhor e a escrava, a qual mantinha relação contra a sua vontade. 

Florestan Fernandes acreditava que existia a degeneração causada pala mistura das raças, no entanto, com o tempo a miscigenação faria com que o negro fosse se extinguindo no Brasil. Essa teoria foi chamada de “teoria do branqueamento” e diferente dos Estados Unidos, permitia uma diversificação racial atribuída pela cor da pele e não pelo sangue. Existia aqui, o índio, negro, branco, mulato, cafuzo, mameluco etc. 

Foram abertas as portas para os estrangeiros que quisessem vir morar no Brasil e arriscar a sorte nessa nova terra. Foram criadas colônias de alemães, italianos, chineses, judeus entre outras migrações europeias para branquear o povo. Todos esses povos vieram com muita disposição para trabalhar, e os negros libertos não tinham oportunidades para trabalhar em terras próprias e pela situação recente de escravidão não aceitavam trabalhar novamente como servos. 

Uma teoria falsa entre a situação capitalista de Marx e a teoria do branqueamento de Florestan: é que tanto no capitalismo com a sua luta entre as classes como no racismo com a teoria do branqueamento ou democracia racial de Freyre existia a possibilidade de alguém deixar ser pobre ou escravo através do esforço, quando sabemos não ser realmente assim. Sabemos que existe um racismo embutido na sociedade brasileira, o qual é maquiado pelo cinismo de algumas pessoas, e mesmo que uma pessoa pobre ou negra estude e consiga se diferenciar pelo esforço não terá tao facilmente oportunidade, pois possivelmente esbarrará em um dos entraves impostos pelo "Apartheid Social".


"Não acredito em determinismo social".

Alex Alves

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